DOSSIÊ – Fazer história: o estatuto das fontes e o lugar dos acervos nas pesquisas de história de arquitetura e da cidade no Brasil

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DOSSIÊ FAZER HISTÓRIA

O estatuto das fontes e o lugar dos acervos nas pesquisas de história de arquitetura e da cidade no Brasil

Anais do Museu Paulista [ vol.24 no.3 São Paulo set./dez. 2016 ]

 

Ana Castro e Joana Mello

Entretanto acontece com isso o mesmo que com a caça às borboletas; o pobre animal treme na rede, perde suas mais belas cores; e quando se apanha de supetão, está finalmente duro e sem vida; o cadáver não faz todo o animal, há alguma coisa a mais, uma parte essencial e nesse caso, como em todo outro, uma parte essencialmente essencial: a vida.

Goethe, Carta a Hetzler, 1770

Cidade e arquitetura são objetos de pesquisa que apresentam uma multiplicidade de abordagens e de interpretações. Se ambas podem ser vistas a partir de suas características materiais, parece igualmente importante, ao se buscar construir as suas narrativas históricas, recuperar aquilo que Goethe lembrava como “uma parte essencialmente essencial: a vida”. Pode-se afirmar sem constrangimentos que esse tem sido um dos caminhos de pesquisa mais profícuos nos últimos tempos, incorporando-se às interpretações, além das dimensões técnicas e disciplinares, a dimensão humana da cidade e da arquitetura.

Os artigos que compõem o dossiê Fazer históriao estatuto das fontes e o lugar dos acervos nas pesquisas de história da arquitetura e da cidade no Brasil compartilham dessa compreensão. Partindo de trabalhos anteriores comprometidos com as revisões historiográficas em curso no campo da arquitetura, da cidade, da habitação e do patrimônio, os autores reunidos neste dossiê apresentam os andaimes teórico-metodológicos de suas pesquisas, enfatizando as relações entre problemas históricos, fontes e arquivos. Seus trabalhos foram desenvolvidos individual e coletivamente em diferentes instituições, apresentados e debatidos em eventos acadêmicos e no cotidiano da prática docente, incorporando críticas, sugestões e avançando em seus resultados.

Veja a íntegra do dossiê aqui:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0101-471420160003&lng=pt&nrm=is

Sumário:

DOSSIÊ – Fazer história: o estatuto das fontes e o lugar dos acervos nas pesquisas de história de arquitetura e da cidade no Brasil
Castro, Ana Claudia Veiga de; Silva, Joana Mello de Carvalho e

·  Da fotografia à cultura visual: Arquivo Fotográfico e práticas de preservação do Iphan
Costa, Eduardo Augusto

·  Um acervo, uma coleção e três problemas: a Coleção Jacques Pilon da Biblioteca da FAUUSP
Silva, Joana Mello de Carvalho e

·  A América Portuguesa sob as luzes do scanner: arquivos, reprodução e manipulação digital da cartografia histórica
Santos, Amália Cristovão dos

·  Figurações da cidade: um olhar para a literatura como fonte da história urbana
Castro, Ana Claudia Veiga de

·  Patrimônio Cultural e escrita da história:a hipótese do documento na prática do Iphan nos anos 1980
Nascimento, Flávia Brito do

·  A midiatização da (não) preservação: reflexões metodológicas sobre sociedade, periodismo e internet a propósito da demolição do Palácio Monroe
Atique, Fernando

·  Habitação pública e modernização capitalista: uma relação dialética entre fontes de pesquisa e procedimentos de análise
Aravecchia-Botas, Nilce

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Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU USP), onde se graduou (1997), fez mestrado (2005) e doutorado (2013), com estágio de pesquisa na Columbia University (2011). É membro do lab_outros (Laboratório para Outros Urbanismos - USP) e participa dos Grupos de Pesquisa Teoria e Método em História da Arquitetura e Urbanismo (CNPq) e Cultura, Arquitetura e Cidade na América Latina (CNPq). Atualmente desenvolve a pesquisa As cidades e as ideias: a América Latina como problema para a história da cidade e do urbanismo, 1940-1970 (Fapesp).