Guardiões de Parelheiros é um projeto de pesquisa e apoio com prestadores de Serviços Ambientais no extremo sul de São Paulo, financiado pelo Biota FAPESP: Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo. O projeto busca compreender como se constrói o sujeito de direito que acessa políticas públicas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e fortalecer essas políticas voltadas a preservação do bioma da Mata Atlântica e ao desenvolvimento da agroecologia no território de Parelheiros.
Sítio Plenitude – Parelheiros (São Paulo)
Os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) são uma das estratégias de conservação que vêm sendo utilizadas como política pública para preservar a biodiversidade e fomentar a transição agroecológica em áreas importantes para a produção de água. No município de São Paulo, após anos de debates para a institucionalização e regulação desta ferramenta, foi aberto em 2022 o primeiro edital do programa de pagamento por serviços ambientais, promovido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Em sua primeira iniciativa, o programa pretende apoiar e remunerar agricultores de base ecológica no extremo sul do município, região de amortecimento entre a ocupação urbana da cidade mais populosa da América Latina e a floresta mais biodiversa do país (e no mundo): a Mata Atlântica.
O projeto de pesquisa e incidência comunitária Guardiões de Parelheiros é coordenado por Renato Cymbalista, foi aprovado no edital Biota Transformação da FAPESP, e tem vigência de 2024 a 2027. Busca potencializar o impacto do programa de PSA de duas formas. De um lado, ele pretende complementar a política pública já em implementação com a infraestrutura, os recursos técnicos e o conhecimento capaz de acelerar e potencializar as ações do poder público. De outro lado, pretende apoiar agricultores agroecológicos da região de Parelheiros, para que sejam capazes de se inserir no programa e serem efetivamente remunerados pelos serviços ambientais que prestam: a preservação do meio ambiente e da biodiversidade, a preservação de mananciais, a garantia de um solo saudável, a garantia de um ar respirável, a permanência de modos de vida sustentáveis.
A agroecologia no extremo sul de São Paulo oferece possibilidades de articular a biodiversidade com a ocupação econômica, social e cultural das terras, uma alternativa à urbanização periférica predatória e frequentemente criminosa. O projeto baseia-se em uma sólida articulação local, que envolve agricultores, organizações da sociedade civil, ferramentas de financiamento e capacitação institucional, além de alianças construídas com o poder público. O projeto permitirá mobilizar recursos públicos para a preservação ambiental e a defesa da biodiversidade, favorecer uma ocupação estruturante dos territórios periféricos, oferecer apoio para agricultores agroecológicos e sedimentar conhecimentos que poderão ser difundidos e estendidos para outras cidades. Haverá efeito multiplicador em escala várias vezes maior do que o porte do projeto em si.
Palavras chave: Agroecologia, serviços ambientais, serviços ecossistêmicos, Parelheiros.
Veja aqui a página completa do projeto.
Coordenador: Renato Cymbalista
Participantes: Izabela Borba, João Pedro Cardoso, Anita Valente da Costa, Mariana Chiesa, Tania Chistopoulos Tatiana Cymbalista, Simone Gatti, Emil Lewinger, Iansa Pacífico, Maurizio Pioletti, Juliana Neumann, Larissa Viana Nunes e Yasmin Cristine Machado Bomfim Santos.