Oficina de Práticas Urbanas da XVII Enanpur
dia 26 de maio de 2017
Ana Castro e Joana Mello (FAU USP)
O centro histórico de São Paulo é um lugar privilegiado para reconhecer a cidade em suas diversas escalas e temporalidades, um território de conflitos e de disputas, onde diversas representações da cidade se alternaram ao longo do tempo desenhando a metrópole.
Em 1877, o litógrafo francês Jules Martin idealizava o Viaduto do Chá, uma ligação entre a colina histórica e o Morro do Chá, fazendo da colina um núcleo central para uma cidade que começava a se expandir em diversas direções, notadamente no sentido sudoeste, no prolongamento do eixo do viaduto.
Tomando esse marco temporal como baliza do perÃodo inicial de expansão de São Paulo até a sua atual configuração metropolitana, das construções de taipa aos arranha-céus de concreto armado, podemos notar como nesse caminho várias imagens da cidade vão surgindo, por vezes obliterando as anteriores, por outras convivendo, dando conta das disputas e das ambiguidades que o próprio discurso da modernidade compreende.
Propõem-se reconhecer os padrões e eixos de desenvolvimento urbano metropolitano de São Paulo em seus aspectos geográficos, históricos, sociais, urbanÃsticos e culturais, confrontando a realidade material da chamada colina histórica com imagens e mapas de época.
A oficina pretende trabalhar a experiência do percurso como forma de aproximação a questões diversas como: o processo metropolitano de expansão; os padrões de crescimento e de segregação sócio-territorial, as configurações urbano-arquitetônicas, a fim de refletir sobre as ambivalências e complexidades da vida metropolitana como espaço de experiência e de intervenção.