Espaços Vazios

Espaços Vazios: Urbanismos de Base Contemporâneos em São Paulo

Espaços Vazios

Foto: Piscina no Minhocão, ação realizada por Luana Geiger, 2014

O projeto de pesquisa “Espaços Vazios: urbanismos de base contemporâneos em São Paulo” é conduzido por Daniela Sandler, professora da Universidade de Minesotta, com participação de Guilherme Wisnik e Renato Cymbalista.

O projeto analisa o papel de urbanismos de base na cidade de São Paulo desde meados dos anos 2000. A hipótese do projeto é que o todo é maior do que a soma das partes: ou seja, quando tomados em conjunto sob um enfoque geográfico e histórico amplo, os urbanismos de base podem influir nos espaços da cidade, nas práticas sociais urbanas, e até mesmo em políticas oficiais. O urbanismo de base abre a possibilidade de ações que, embora pulverizadas numa constelação de iniciativas múltiplas e até mesmo contraditórias, podem questionar ou mesmo transformar injustiças sociais e urbanas. Embora estes urbanismos não sejam sempre completamente independentes do poder político oficial—diferentemente do que sugerem estudos internacionais sobre “handmade urbanism” ou “everyday architecture”—eles podem subsistir em condições políticas adversas, e portanto abrem a possibilidade de resistência democrática no novo contexto político de neoliberalismo e conservadorismo no Brasil e no mundo.

O projeto pretende mapear o maior número possível de exemplos—de associações de cultura a festivais, de performances e instalações temporárias a projetos construídos de equipamento urbano, de saraus a exposições—cobrindo o município inteiro. O mapeamento digital possibilitará a análise da presença e tipo de iniciativa com relação a dados sócio-econômicos, demográficos, ambientais e urbanos. Esta análise geoespacial tem como objetivo explorar uma das críticas mais frequentes ao urbanismo de base: de ser elitista e concentrado em regiões privilegiadas da cidade, ignorando problemas de outras áreas. Este é o impulso para a pesquisa, que está em estágio inicial; portanto esta crítica não é conclusão nem premissa, mas sim uma questão aberta e por hora sem resposta, guiando a metodologia de levantamento de dados, análise, e investigação teórica.

O projeto terá dois resultados: um website aberto ao público com o mapa digital e espaço para contribuições críticas e discussões; e um livro acadêmico que irá situar a experiência de São Paulo em seu contexto histórico e com relação a discussões críticas e teóricas similares internacionais.