Avenida Paulista

Breve histórico sobre a Avenida Paulista

A Avenida Paulista é atualmente um dos logradouros mais importantes do município de São Paulo. Por estar localizada em uma região elevada, no limite entre as zonas Centro-Sul, Central e Oeste, é conhecida como Espigão Paulista e é um importante eixo viário, ligando diversas importantes avenidas. A região da Paulista é considerada um dos principais centros financeiros da cidade, abrigando grandes empresas, bancos, hotéis, hospitais e comércios, além de ser centralidade cultural e de entretenimento, onde estão localizados importantes shoppings, parques, museus, bares e restaurantes. Desde junho de 2016, a Avenida passou a ser utilizada como espaço de lazer aos domingos e feriados nacionais, dias nos quais veículos automotivos ficam proibidos na Paulista, das 10 às 18 horas, de modo que ciclistas e pedestres podem utilizar o espaço de forma mais livre. Esse “novo espaço” gera maior qualidade de vida, estimula o convívio de pessoas de diferentes classes e também reúne pessoas em grandes eventos como shows, e pequenos eventos apresentações de teatro e música.

A Avenida foi criada no final do século XIX, em dezembro de 1891, com a finalidade de expandir na cidade as áreas residenciais que até então estavam concentradas próximas à Praça da República, Higienópolis e Campos Elísios. Onde hoje vemos altos edifícios e grande fluxo de carros e pedestres, um dia foi um local com terrenos de antigas fazendas e de passagem de boiadas a caminho do matadouro. A Paulista tinha as calçadas, o simbolismo e as casas, mas talvez não tivesse, nessa época, o brilho da diversidade, a presença da multidão. Criou-se assim a “rua cenário”, que trouxe para a cidade um espaço representativo de sua grandeza, mas que só viria assumir seu papel na modernidade a partir dos anos 1950, quando os primeiros edifícios comerciais se instalam nos lotes das antigas mansões art-nouveau, postas abaixo sem muita consideração pelo seu valor histórico. É o momento em que surgem os símbolos maiores da avenida: o Conjunto Nacional (1956) e o MASP (1968).

Durante esse período, a avenida passou por uma profunda reforma paisagística. Os leitos destinados aos veículos foram alargados e criaram-se os atuais calçadões. O movimento da avenida aumentou nas últimas décadas do século XX, atraídas pelas ofertas de trabalho, pela moradia no entorno, pelos vários hospitais e pelas crescentes opções de lazer.

Atualmente encontram-se poucos casarões, como por exemplo a Casa das Rosas, a Residência Joaquim Franco de Melo (1905), a Escola Estadual Rodrigues Alves (1919), o Instituto Pasteur, e o Edifício Anchieta (1941).

O fato é que a avenida começou a ser cada vez mais o palco de comemorações: protestos, paradas, eventos, desde a Corrida de São Silvestre até o Réveillon.

Relevância para a comunidade LGBT+ e sua memorialização

Anualmente, na Avenida ocorre a Parada do orgulho LGBT de São Paulo, a maior do Brasil e é considerada a maior do mundo, atraindo milhares de pessoas de várias regiões do país. Em sua primeira edição, em 28 de junho de 1997, o evento reuniu cerca de 2 mil pessoas com o tema “Somos muitos, estamos em várias profissões”. Participam dessa parada a comunidade LGBT, simpatizantes e também pessoas que passam pelo local. O maior número de participantes da parada aconteceu na edição de 2011 com 4 milhões de pessoas.

Foi apenas em 2016, ano em que a manifestação completou 20 anos, que a Parada do Orgulho LGBT foi oficialmente incluída no calendário oficial de eventos da cidade de São Paulo por meio de um decreto assinado pelo então prefeito Fernando Haddad.

Em 2014, a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo criou uma concorrência no ProAC para transferir o Museu da Diversidade Sexual (MDS) para a Residência de Franco de Melo, localizada na Avenida Paulista, a partir do Concurso de Apoio a Projetos para Restauração de Imóveis Tombados pelo Condephaat, no qual o vencedor foi o escritório Hereñu + Ferroni Arquitetos.

O MDS foi o primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática, o museu criado em 25 de maio de 2012 atualmente encontra-se na estação República. Sua missão é de preservar o patrimônio social, político e cultural da comunidade LGBT do Brasil por meio da pesquisa, salvaguarda e comunicação de referências materiais e imateriais, com vistas à valorização e visibilidade da diversidade sexual, contribuindo para a educação e promoção da cidadania plena e de uma cultura em direitos humanos.

A importância de a nova sede encontrar-se na Av. Paulista: as novas instalações do Centro de Cultura, Memória e Estudos da Diversidade Sexual do Estado de São Paulo serão oportunamente implantadas junto a um eixo urbano amplamente consolidado do ponto de vista urbanístico e extremamente significativo nos âmbitos da política e da cultura brasileiras.

Atualmente, a Residência Franco de Melo ainda continua como residência particular e a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo promove um abaixo assinado para que a Prefeitura de São Paulo dê continuidade neste projeto.

Apesar de ser ocupada anualmente concentrando milhares de pessoas da comunidade LGBT em um único dia de evento, a Avenida Paulista é muito frequentada por toda a população em qualquer época do ano na rua, nos bares e comércios, reforçando ainda mais sua importância.

[Texto de Marina Bueno e Stefanie Seki]

Faça o download da sinalização para esse lugar de memória aqui!

Referências:

http: //www.mds.org.br/

https: //www.archdaily.com.br/br/759162/primeiro-lugar-no-concurso-para-o-museu-da-diversidade-sexual-na-avenida-paulista-herenu-plus-ferroni-arquitetos

http: //www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/http://www.wikipedia.com/