Breve histórico sobre a Casa 1
A Casa 1 é um centro de cultura e de acolhimento para LGBT+ expulsos de casa, criado por iniciativa do jornalista Iran Giusti em 2016. Atualemente ocupa dois imóveis, ambos na Bela Vista. O imóvel utilizado como moradia se situa na Rua Condessa de São Joaquim, tradicional rua do bairro, nomeada em homenagem uma ilustre mulher pertencente à classe rica da cidade no século XIX. Nessa rua, coexistem moradias populares, comércios e residências heterogêneas. O segundo imóvel ocupado está localizado na Rua Adoniran Barbosa, pequena e dominada por imóveis residenciais, que homenageia um importante compositor paulista.
Relevância da Casa 1 para a comunidade LGBT+ e sua memorialização
A Casa 1 foi gestada de maneira informal inicialmente. Iran Giusti relata que, apesar de viver em um apartamento pequeno, resolveu acolher jovens da comunidade LGBT+ que tenham sido expulsos de casa ou que estivessem vivendo em condições de extrema fragilidade. Em decorrência da demanda de acolhimento apresentada, o idealizador da Casa 1 resolveu lançar uma campanha de crowdfunding (financiamento coletivo, por meio de uma plataforma online) para expandir o projeto e alugar o primeiro imóvel que fosse totalmente dedicado ao acolhimento.
Segundo Iran Giusti, “[…] acolher é mais do que oferecer um teto, é também trazer oportunidades e socialização para a vida dessas pessoas e, por isso, a Casa 1 será também um centro cultural e um espaço de palestras, cursos e worshops, tanto para os moradores quanto para o público em geral […]”. Dessa maneira, sempre foi preocupação da entidade promover também a integração dos moradores com a comunidade local, por meio de eventos culturais. Nesse sentido, por meio da expansão do financiamento através de parcerias comerciais com empresas, mantido o financiamento coletivo por meio da plataforma digital, a Casa 1 conseguiu alugar outro imóvel, que funciona como a base para os cursos, workshops e eventos produzidos pela entidade.
A importância da Casa 1 para a comunidade LGBT+, portanto, está contida em dois aspectos fundamentais e que operam complementarmente: o primeiro, de assistência, busca ajudar pessoas fragilizadas e vitimadas por preconceito de suas próprias famílias, que perdem, dessa maneira, o local que deveria ser o mais seguro possível – sua casa. Na segunda frente, a Casa 1 procura dar visibilidade ao problema da violência contra os LGBT+, por meio de rodas de discussão, palestras, eventos, etc. A abordagem dinâmica entre assistência e cultura se mostra extremamente rica para a construção de uma referência de comunidade para os LGBT+
A memorialização de um lugar como a Casa 1 é extremamente dinâmica. Por ser recente – contar com pouco mais de 1 ano de existência – a entidade se apoia na discussão da visibilidade e na importância da participação social, o que gera, por meio da internet, um registro histórico amplo de suas atividades. Por outro lado, no momento de sua instalação formal no imóvel da Rua Condessa de São Joaquim, a Casa 1 registrou, por meio de pintura em sua fachada, o nome de colaboradores que contribuíram com a campanha inicial de crowdfunding. Isso, além de reconhecimento aos doadores, é um interessante registro de que a ação social tem de ser participativa para a visibilidade LGBT+.
[Texto de Diego Carvalho]
Faça o download da sinalização para esse lugar de memória aqui!
Referências:
Acesso em 04/06/2018
https: //medium.com/@casa1
https: //revistaglamour.globo.com/Lifestyle/Must-Share/noticia/2016/11/conheca-o-casa1-projeto-de-cultura-e-acolhimento-lgbt-no-centro-de-sao-paulo.html
https: //benfeitoria.com/
http: //paradasp.org.br/ajude-o-projeto-casa1-um-centro-de-acolhimento-de-lgbts-idealizado-por-iran-giusti/